Fui procurado há alguns meses por um revista especializada para escrever sobre atividades físicas e gasto calórico, assunto esse complexo que requerem alguns conhecimentos prévios. Nesse sentido vamos a contextualização da origem do termo gasto calórico. Como o próprio nome diz isso é uma
mensuração da produção de calor do corpo humano (em kcal), ou seja, é uma
técnica que avalia o dispêndio calórico do individuo (calorimetria), seja em
situações de repouso ou em atividade física. No entanto, essa técnica é difícil
de ser executada e dispendiosa, sendo então estabelecido métodos indiretos de
se verificar e mensurar tais situações. Assim, é sabido que as reações que
liberam energia, em forma de calor do corpo dependem da utilização de oxigênio,
desta maneira verificar o consumo de oxigênio nos mais variados estados se
relaciona de maneira indireta ao metabolismo energético.
Diante
disso é notório que existem distinções químicas na composição dos chamados
macronutrientes, ou seja, carboidratos, gorduras e proteínas e que estes
necessitam de diferentes quantidades de oxigênio para haver a oxidação por
completa deles, e essa distinção é
importante para gerar dióxido de carbono como produto final. Percebam que essa
variação entre quantidade de oxigênio e produção de dióxido de carbono é o que
se baseia a calorimetria indireta.
Nosso
corpo funciona a base de reações químicas e essas reações são possíveis pela
utilização de oxigênio. Essas reações geram calor, e apesar de muitas vezes
despercebidas são de extrema importância quando falamos de gasto calórico.
Seguindo essa premissa, o método mais indicado para aumento do gasto calórico
total é aumentar o consumo de oxigênio, gerando assim um maior gasto calórico, e
consequentemente gerando uma maior oxidação dos macronutrientes.
Diante
das informações anteriores os macronutrientes necessitam de diferentes
quantidades de oxigênio para se oxidarem e assim gerarem calor, isso na literatura
é chamado de termogênese de indução dietética. O processo de emagrecimento deve
ser regido por um processo simples onde o consumo alimentar não deve
ultrapassar o gasto energético. Sendo
assim, para o processo de emagrecimento ser efetivo o individuo precisa
consumir mais oxigênio, gastando mais energia e ingerindo uma quantidade menor de
energia (nutrientes) isso é descrito na literatura como balanço calórico
negativo, onde o inverso também é verdadeiro, ou seja, quando o consumo é maior
que o gasto isso se reflete em ganho de peso.
Um
importante fato é que estudos comprovam que o exercício exerce um efeito de
elevar a termogênese de indução dietética, ou seja, a pratica de exercícios
torna o metabolismo mais eficiente na utilização de energia, mais “gastão”
digamos assim. De uma maneira simples, gastar mais calorias e consumir menos é
o ponto chave para o emagrecimento.
Calcular
o gasto calórico de um individuo é possível através de tabelas de dados, onde
dessa maneira é possível aproximar esse valor do real, onde o real somente é
feito de maneira indireta por analisadores de gases. Outro ponto importante é
que existe uma relação linear entre frequência cardíaca e captação de oxigênio,
ou seja, através da frequência cardíaca é possível estimar o gasto calórico do
individuo. No entanto, essa relação é complexa e a única maneira de encontrar
os valores reais é tendo uma orientação nutricional profissional associado a um
programa de treinamento bem orientado.
As
melhoras da pratica de atividade física regular são bem relatadas na função
cardiovascular, ou seja, existe uma melhora na eficiência do músculo cardíaco,
melhora na vascularização, pois o exercício aumenta um importante fator de
crescimento vascular. Outro ponto importante é a capacidade da atividade física
melhorar o controle pressórico de pacientes hipertensos. O metabolismo muscular
melhora de uma maneira geral a maquinaria na metabolização dos mais diversos
substratos, produzindo uma capacidade de economia nas reservas internas de
carboidratos, melhorando a restauração da quebra de algumas proteínas durante a
atividade.
Além
desses fatores a atividade física melhora o controle glicêmico, sendo dessa
maneira fundamental para pacientes com disfunção nesse fino controle, como
diabéticos.
Referencias:
Mcardle, W.; Katch, F. I. ; Katch, V. L. Fundamentos
de Fisiologia do Exercício. 7 ed. São Paulo: 2011.
Wolinsky,
I.; Driskell, J. A. Sports Nutrition Enenergy, Metabolism and Exercise. CRC
Press, 2008.
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