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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Qual a dose de Whey?


Pergunta constante para aqueles que treinam e buscam um aumento da performance e também para o iniciantes que leram a recomendação do fabricante no pote do suplemento. Mas vou ser breve, os estudos mostram uma dose ideal após o treinamento, essa dose seria 20 g de whey protein, dessa maneira você maximiza o estimulo a síntese proteica, ou seja, aumento de massa magra.





http://www.yourwellness.com/wp-content/uploads/2013/03/whey-protein-drink.jpg



Leituras para diversão:
1: Moore DR, Robinson MJ, Fry JL, Tang JE, Glover EI, Wilkinson SB, Prior T, TarnopolskyMA,
Phillips SM. Ingested protein dose response of muscle and albumin protein synthesis after
resistance exercise in young men. Am J ClinNutr. 2009 Jan;89(1):161-8.
doi: 10.3945/ajcn.2008.26401.
2: Moore DR, Tang JE, Burd NA, Rerecich T, Tarnopolsky MA, Phillips SM. Differentialstimulation
of myofibrillar and sarcoplasmic proteinsynthesis with protein ingestion at rest and after  
resistance exercise. J Physiol. 2009 Feb15;587(Pt4):897-904.
doi:10.1113/jphysiol.2008.164087.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Suplementação de CaHMB e HIIT

Texto publicado no DROPSET

Escrever atualmente sobre suplementação e treinamento tem sido uma tarefa fácil para aqueles que se julgam conhecedores dessa área, mas na verdade essa é uma área delicada, que para os mais dedicados demanda tempo para leitura de vários artigos, para assim poder transpor esses dados acadêmicos para a área prática e até mesmo clínica, eventualmente. Gostaria que entendessem que a leitura que nos referimos são artigos científicos, ou seja, dados confiáveis obtidos com rigor científico e embasamento teórico.
Já escrevemos aqui sobre os mais diversos suplementos utilizados e suas aplicações descritas até o momento. Vamos citar mais uma vez o HMB (beta hidroxi beta metilbutirato) um metabólito do aminoácido leucina, que mesmo sem estar tão falado atualmente ainda é responsável por algumas publicações de relevância. Esse artigo de Robinson et al. (2014) em especial, tratou de aliar a suplementação de HMB e a realização do exercício intermitente de alta intensidade ou HIIT (high-intensity interval training) que foi explicado aqui mesmo em nossa página com um esclarecedor e detalhado texto, não deixem de vê-lo antes. Esse tipo de treinamento tem se mostrado eficiente em melhorar a capacidade oxidativa resultando em redução da gordura corporal (Whyte et al, 2010; Tremblay et al, 1994).
No estudo em questão participaram homens e mulheres entre 18 e 35 anos ativos fisicamente. Divididos em controle (CTL, n=8), os quais realizaram somente os testes pré e pós as 4 semanas, placebo com HIIT (PLA-HIIT, n=13) e o grupo suplementado com CaHMB (cálcio HMB) e HITT (CaHMB-HITT, n=13), que realizaram os treinamentos 3 vezes por semana durante 4 semanas, onde também foram avaliados antes dos treinamentos e após esse período.
Os dados apresentaram efeitos da suplementação de HMB com o HIIT, em especial com relação ao VO2 pico (VO2 peak), VT (limiar ventilatório), dentre outros fatores apontados nesse estudo, ou seja, de alguma maneira a suplementação melhorou a capacidade aeróbia, visto que esses parâmetros buscam avaliar essa capacidade em específico (Fig. 2 e 7, respectivamente). No entanto, Vukovich e Dreifort (2001) investigou a suplementação de HMB em ciclistas de endurance e não observaram o aumento de VO2 de pico, somente uma melhora sobre um teste de exercício incremental (OBLA). Como citado nesse trabalho em questão, a inconformidade dos dados pode ser devido ao grau de treinamento dos indivíduos selecionados, visto que os maiores efeitos da suplementação de HMB parecem ser mais eficientes em indivíduos destreinados (Zanchi et al, 2011).
Alguns outros dados mostram que a suplementação de HMB em corredores resultou em redução dos marcadores plasmáticos de dano muscular e que de alguma maneira essa estratégia pode acelerar a recuperação muscular frente aos treinamentos (Knitter et al, 2000). Especula se ainda que o HMB aprimore os efeitos do HIIT melhorando parâmetros metabólicos relacionados ao sistema oxidativo e a biogênese mitocondrial, bem como aumento do conteúdo de ATP e glicogênio (Pinheiro et al, 2012).
Desta maneira, a suplementação de HMB e HIIT parecem se mostrar eficiente também na melhora do desempenho aeróbio. Vale somente ressaltar que qualquer estratégia adotada, seja de treinamento ou suplementação, deve ser orientada e adequada à realidade da rotina de cada atleta ou indivíduo.



Referências:
Robinson EH 4th, Stout JR, Miramonti AA, Fukuda DH, Wang R, Townsend JR, Mangine GT, Fragala MS, Hoffman JR. High-intensity interval training and β-hydroxy-β-methylbutyric free acid improves aerobic power and metabolic thresholds. J Int Soc Sports Nutr. Apr 26;11:16, 2014

Tremblay A, Simoneau JA, Bouchard C. Impact of exercise intensity on body fatness and skeletal muscle metabolism. Metabolism. 43(7):814-818, 1994.

Whyte LJ, Gill JM, Cathcart AJ. Effect of 2 weeks of sprint interval training on health-related outcomes in sedentary overweight/obese men. Metabolism. 59(10):1421-1428, 2010.

Vukovich MD, Dreifort GD. Effect of beta-hydroxy beta-methylbutyrate on the onset of blood lactate accumulation and VO2 peak in endurance-trained cyclists. J Strength Cond Res. Nov;15(4):491-7, 2001.

Zanchi N, Gerlinger-Romero F, Guimarães-Ferreira L, de Siqueira Filho M, Felitti V, Lira F, Seelaender M, Lancha A:HMB supplementation: clinical and athletic performance-related effects and mechanisms of action. Amino Acids. 40(4):1015–1025, 2011.

Knitter A, Panton L, Rathmacher J, Petersen A, Sharp R:Effects ofβ-hydroxy-β-methylbutyrate on muscle damage after a prolonged run. J Appl Physiol. 89(4):1340–1344, 2000.


Pinheiro C, Gerlinger-Romero F, Guimarães-Ferreira L, Souza-Jr A, Vitzel K, Nachbar R, Nunes M, Curi R:Metabolic and functional effects of beta-hydroxy-beta-methylbutyrate (HMB) supplementation in skeletal muscle.Eur J Appl Physiol.112(7):2531–2537, 2012.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Carboidratos e proteínas no treinamento aeróbio - Texto publicado no DROPSET

A utilização de suplementos destinada se hoje para os mais variados fins. Nossas matérias anteriores têm discutido sobre estratégias e/ou maneiras de maximizar os benefícios dos treinos bem como da suplementação. Sabe se que o maior marketing e objetivos dos fabricantes visam orientar a venda para os praticantes do treinamento de força, marcado esse emergente na atualidade. Mas não podemos nos esquecer de que os praticantes dos treinamentos de predominância aeróbia também buscam melhores rendimentos com a suplementação, bem como maiores informações sobre como utilizar essa variedade de produtos.
É reconhecida que a utilização de carboidratos no exercício aeróbio se mostra eficiente em prolongar e melhorar a performance, por prevenir a redução de glicose no sangue (hipoglicemia).
Algumas entidades como American College of Sports Medicine e National Athletic Trainers Association não se referem a benefícios de bebidas de reidratação contendo proteínas durante o exercício aeróbio.  No entanto a International Society of Sport Nutrition reconhece que a adição de proteína em bebidas de reidratação (contendo carboidratos e eletrólitos) possivelmente aumenta os efeitos de tais bebidas (Stearns et al. 2010).
Sabe se que a proteína é uma ineficiente fonte de combustível e contribui minimamente para as demandas energéticas do exercício. No entanto existem outros relevantes efeitos fisiológicos da proteína, bem como ela pode aumentar a biodisponibilidade de aminoácidos aumentando a insulina e diminuindo o cortisol. Essas alterações metabólicas e hormonais durante o exercício tem impacto sobre a oxidação de glicose, gordura, utilização de glicogênio e inibição da proteólise.
Outra hipótese da utilização de aminoácidos durante o exercício aeróbio prolongado refere se a sua relação com a fadiga central. Sendo que durante o exercício aminoácidos são utilizados pelos músculos, essa metabolização aumenta a razão triptofano livre e aminoácidos no sangue. Aumentos desse triptofano livre são captados pelo cérebro como um importante percussor da serotonina, que prejudica a função do sistema nervoso central durante o exercício prolongado. Desta maneira a adição de aminoácidos a bebidas de reposição poderia ter um efeito de diminuir a razão de triptofano livre e aminoácidos, retardando assim a fadiga central.
Outro fator importante e reconhecido dos aminoácidos é o seu efeito de melhora sobre o sistema imunológico (Bassit et al. 2002).
Em uma recente meta-análise buscou verificar os efeitos das bebidas de reidratação contendo quantidades de proteínas sobre a performance com base nos trabalhos publicados até o momento. Diante desses dados observou se um aumento médio do tempo de exaustão do exercício aeróbio (~9%) com a ingestão de bebidas contendo proteína em comparação com bebidas a base de carboidratos (fig. A).
Estudos anteriores comprovam que bebidas a base de carboidrato adicionada com proteína é capaz de reduzir dano muscular e dor muscular em corredores (Luden et al. 2006), e aumentar a performance em ciclistas (St. Laurent et al. 2006).
Sabe se que a ingestão de proteínas/aminoácidos aos praticantes de treinamento de força é capaz de estimular a síntese de proteínas contrateis, contribuindo assim para a hipertrofia, no entanto a ingestão de proteínas aos praticantes dos exercícios aeróbios parece estar direcionada à síntese de proteínas relacionada à maquinaria oxidativa, ou seja, aumentando a eficiência do rendimento do exercício.
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Referências:
Stearns RL, Emmanuel H, Volek JS, Casa DJ. Effects of ingesting protein in combination with carbohydrate during exercise on endurance performance: a systematic review with meta-analysis. J Strength Cond Res. 2010.
Bassit RA, Sawada LA, Bacurau RF, Navarro F, Martins E Jr, Santos RV, Caperuto EC, Rogeri P, Costa Rosa LF. Branched-chain amino acid supplementation and the immune response of long-distance athletes. Nutrition. 2002 May;18(5):376-9.
Luden, N, Saunders, M, Pratt, C, Bickford, A, Todd, M, and Flohr, J. Effects of a six-day carbohydrate/protein intervention on muscle damage, soreness and performance in runners. Med Sci Sports Exerc 38: S341, 2006

St. Laurent, T, Todd, M, Saunders, M, Valentine, R, and Flohr, J. Carbohydrate-protein beverage improves muscle damage and function versus isocarbohydrate and isocaloric carbohydrate-only beverages.Med Sci Sports Exerc38 (5): S340, 2006.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Suplementos compostos de multi-ingredientes - Texto publicado no Dropset

O mercado dos suplementos alimentares vem aumentando sua popularidade devido à várias maneiras de divulgação e/ou propaganda. Esse mercado prepara constantemente uma variedade de novos produtos com misturas de suplementos com efeitos bem descritos na literatura, tais como: bcaa, whey protein, caseína, cafeína e creatina; com substâncias ainda com pouca evidência científica. Muito desses suplementos são anunciados para obtenção de perda de peso, bem como ganhos de massa muscular, propaganda extremamente atraente aos diversos tipos de consumidores (Palisin, Stacy, 2005).
Desta maneira existe uma grande popularidade pelos suplementos compostos, chamados de multi-ingredientes ou MIPS (multi-ingredient performance supplements). Nesse sentido estudo de Ormsbee et al. (2012) investigou o efeito da suplementação com multi-ingredientes aliado ao treinamento de força durante 6 semanas. Os grupos experimentais foram divididos em:
-Grupo 1 (n=13): suplementados com multi-ingredientes comercial (whey protein, caseína, bcaa, creatina, beta alanina e cafeína) imediatamente a sessão de treino e logo após;
-Grupo 2 (n=11): suplementados imediatamente e após a sessão com um composto placebo.
O treinamento de força foi realizado três vezes por semana envolvendo os grandes e pequenos grupos musculares, com sessões de treinamento distintas entre os três treinos semanais. Lembrando que a primeira e segunda semana foram realizados treinos com intensidade de 70-75% 1 repetição máxima (RM), na terceira e quarta semana 80-85% 1RM e nas duas ultimas semanas sessões com 85-90% de 1RM. Ou seja, realizou se um periodização nessas 6 semanas de treinamento.
Os resultados não demonstraram diferenças sobre o treinamento de força bem como da suplementação sobre os paramentos hormonais avaliados (testosterona, GH, IGF-1). A suplementação com o multi-ingredientes aliado ao treinamento de força, demostrou aumento da massa magra em 6 semanas sem demonstrar qualquer redução sobre o percentual de gordura (fig.1) e ganhos adicionais da força muscular. No entanto, um aumento da potencia anaeróbica, avaliada pelo teste de Wingate, foi observado (fig.3).
A literatura apresenta que a ingestão de proteínas aliadas ao treinamento de força é uma estratégia eficiente e segura para promoção de ganhos de massa magra, e muito desses efeitos são potencializados com a suplementação isolada de alguns dos integrantes desse suplemento em questão. 
A utilização desse multi-ingredientes pré e pós-treino de força de 6 semanas se mostrou eficiente sobre os ganhos de massa magra e potencia anaeróbia, bem como sobre os paramentros cardiovasculares apresentados em outro trabalho dos mesmo autor (2013).
Ressaltamos sempre que é extremamente importante que a suplementação deve ser encaixada a sua rotina de treinos e alimentação e acompanhada por um nutricionista e profissional de ed. físico. Procure profissionais qualificados e capacitados.


Referências:

Palisin T, Stacy JJ. Beta-hydroxy-beta-Methylbutyrate and its use in athletics. Curr Sports Med Rep. 2005 Aug;4(4):220-3. Review.
Ormsbee MJ, Mandler WK, Thomas DD, Ward EG, Kinsey AW, Simonavice E, Panton LB, Kim JS. The effects of six weeks of supplementation with multi-ingredientperformance supplements and resistance training on anabolic hormones, body composition, strength, and power in resistance-trained men. J Int Soc Sports Nutr. 2012 Nov 15;9(1):49. doi: 10.1186/1550-2783-9-49.
Ormsbee MJ, Thomas DD, Mandler WK, Ward EG, Kinsey AW, Panton LB, Scheett TP,  Hooshmand S, Simonavice E, Kim JS. The effects of pre- and post-exercise consumption of multi-ingredient performance supplements on cardiovascular health  and body fat in trained men after six weeks of resistance training: a stratified, randomized, double-blind study. Nutr Metab (Lond). 2013 May 16;10(1):39. doi: 10.1186/1743-7075-10-39.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Treinamento individualizado

Ter uma orientação individualizada é importante?Essa é uma questão que sempre permeia o pensamento quando se cogita a possibilidade de contratar um profissional especializado (personal trainer). Para a grande maioria essa duvida é fácil de ser respondida, mas ainda uma parcela acha que isso é apenas um luxo ou um simbolo de status social. A orientação individualizada é fundada em um dos princípios básicos da teoria do treinamento, e se utilizando desse principio os resultados vão ser atingidos com maior magnitude e em um período mais curto. O estudo abaixo buscou investigar tal dúvida, analizando indivíduos experientes em treinamento de força após 12 semanas de treinamento com e sem supervisão sobre parâmetros do treinamento de força, e observaram que os indivíduos com orientação tiveram maiores ganhos de força e massa magra. 

1. Med Sci Sports Exerc. 2000 Jun;32(6):1175-84. The influence of direct supervision of resistance training on strengthperformance. Mazzetti SA, Kraemer WJ, Volek JS, Duncan ND, Ratamess NA, Gómez AL, Newton RU, Häkkinen K, Fleck SJ. The Human Performance Laboratory, Ball State University, Muncie, IN 47306, USA. PURPOSE: The purpose of this study was to compare changes in maximal strength, power, and muscular endurance after 12 wk of periodized heavy-resistance training directly supervised by a personal trainer (SUP) versus unsupervised training (UNSUP). METHODS: Twenty moderately trained men aged 24.6 +/- 1.0 yr (mean +/- SE) were randomly assigned to either the SUP group (N = 10) or the UNSUP group (N = 8). Both groups performed identical linear periodized resistance training programs consisting of preparatory (10-12 repetitions maximum (RM)), hypertrophy (8 to 10-RM), strength (5 to 8-RM), and peaking phases (3 to 6-RM) using free-weight and variable-resistance machine exercises. Subjects were tested for maximal squat and bench press strength (1-RM), squat jump power output, bench press muscular endurance, and body composition at week 0 and after 12 wk of training. RESULTS: Mean training loads (kg per set) per week were significantly (P < 0.05) greater in the SUP group than the UNSUP group at weeks 7 through 11 for the squat, and weeks 3 and 7 through 12 for the bench press exercises. The rates of increase (slope) of squat and bench press kg per set were significantly greater in the SUP group. Maximal squat and bench press strength were significantly greater at week 12 in the SUP group. Squat and bench press 1-RM, and mean and peak power output increased significantly after training in both groups. Relative local muscular endurance (80% of 1-RM) was not compromised in either group despite significantly greater loads utilized in bench press muscular endurance testing after training. Body mass, fat mass, and fat-free mass increased significantly after training in the SUP group. CONCLUSION: Directly supervised, heavy-resistance training in moderately trained men resulted in a greater rate of training load increase and magnitude which resulted in greater maximal strength gains compared with unsupervised training. PMID: 10862549 [PubMed - indexed for MEDLINE]

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Suplemento Protéico: Evidencias

Questões de como maximizar o ganha de massa muscular sempre são aventadas nas conversas entre atletas e uma resposta simples nunca é encontrada, pois os fatores que englobam essa questão são diversos.
A primeira coisa que penso é na modalidade, ou seja, qual tipo de realidade esportiva esse atleta possui. Diante disso, acertar os volumes e intensidades são coisas imprescindíveis (leia mais sobre treinamento http://tinyurl.com/bs7jr9w) . A segunda questão é relacionar tudo isso com o fator descanso e alimentação, nesse último item surge então à suplementação.
Considerando que os fatores de treinamento e descanso estão dentro de índices ótimos, adequar a ingestão alimentar se torna importantíssima. É notório que quando falamos de atleta sabemos que a quantidade de calorias necessária ingeridas é alta, portanto fazer isso utilizando alimentos convencionais se torna impraticável devido ao volume que isso iria causar.
Dentre os diversos suplementos comercializados os a base de proteínas são os mais utilizados e essa estratégia é fundada basicamente em três princípios: são nutrientes envolvidos no crescimento e reparo de todos os tecidos do corpo, essenciais para regulação do metabolismo e participam como fonte energética.
Sabe se que a degradação de proteínas do corpo todo de um individuo homem adulto de 70 kg esta em torno de 280 g/dia com uma taxa de síntese ao redor do mesmo valor, lembrando que existem períodos transitórios que a degradação supera a síntese e nesse momento é necessário o consumo de proteínas para suprir essas perdas que estão por volta de 40~60 g/dia.
As agencias Americanas e Canadenses de nutrição recomendam a ingestão protéica em torno de 0,75 a 0,8 g/kg, já para atletas, seja de endurance ou de força, esse valor aumenta para 1,2 a 1,7 g/kg/dia (American College of Sports Medicine). Dados ainda descrevem basicamente que a dieta deve ser composta de 20 a 30 % de proteínas.
Mas o maior interesse de atletas que usam esses tipos de suplementos é saber a quantidade e horário ideal dessa estratégia.
A literatura demonstra que a uma dose de cerca de 20 a 25 g de proteína é eficiente em aumentar a taxa de síntese protéica, via ativação de proteínas chaves da síntese protéica. Com relação ao melhor período de utilização ainda é objetivo de muitos estudos, mas o consenso é fazer essa utilização o mais breve possível após a sessão de treinamento.

Referencias:
Williams, Melvin H. The Ergogenics edge: pushing the limits of sports performance. Human kinetics; 1998.
Moore DR, Robinson MJ, Fry JL, Tang JE, Glover EI, Wilkinson SB, Prior T, Tarnopolsky MA, Phillips SM. Ingested protein dose response of muscle and albumin protein synthesis after resistance exercise in young men. Am J Clin Nutr. 2009 Jan;89(1):161-8.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Beta-Hidroxi-Beta-Metilbutirato (HMβ)


Galera... vou descrever algumas novidades do mundo da pesquisa referentes ao HMβ, tenham somente cuidado para retirar conclusões quanto a administração desse suplemento. Nesse post vão aparecer alguns termos mais técnicos e específicos, mas farei o possível para deixar o texto em uma linguagem bem simples.
Um estudo bem interessante in vitro, ou seja utilizando se de células, tratou de investigar a administração de HMβ em varias concentrações e suas repercussões sobre a proliferação e diferenciação celular em células miogênicas, sobrevivência e vias especificas relacionadas a síntese protéica.
Breve explicação, as células satélites possuem uma capacidade miogênica e contribuem para o crescimento muscular pós-natal e no reparo de fibras musculares danificadas e na manutenção do músculo esquelético adulto, essas se encontram quiescentes na lamina lateral da fibra muscular. Diante de um estimulo que seja o exercício, miopatias ou ciclos de degeneração-regeneração as células geram fatores de transcrição específicos, maquinaria intracelular altamente especifica que ativam as células satélites e geram fatores específicos (Myf5, MyoD) expressos inicialmente levando a proliferação celular e posteriormente outros fatores (Miogenina, MEF2) levam a diferenciação em fibras musculares (miotubo). Ainda outras vias intracelulares podem ser ativadas durante tais estímulos, assim como a via da MAPK que é responsável por induzir a proliferação celular, a PI3K/Akt induzem a diferenciação e hipertrofia muscular, ainda a Akt tem um papel na sobrevivência da célula inibindo as proteínas pro-apoptoticas (BAX), ou seja que induzem a morte celular, e ativando as proteínas anti-apoptotica (Bcl-2, Bcl-X), inibem a morte celular.
Sendo assim o estudo mostrou que tanto os fatores de proliferação e diferenciação aumentaram de maneira dose-dependente ao tratamento utilizado, mostrando assim um efeito miogênico do HMβ, ou seja, mostrando um efeito positivo na atividade das células satélites na diferenciação em miotubos. Ainda tal tratamento aumentou IGF-I e ativação de vias de crescimento e diferenciação celular, como a MAPK, bem como mostrou aumento da atividade da PI3k e Akt, sugerindo uma ação direta desse metabolito, talvez um transportador, apresentando assim mais esse fator para estimulo da síntese protéica. O HMβ ainda se mostrou positivo com a redução de proteínas pro-apoptoticas (BAX) e ativando proteínas anti-apoptotica (Bcl-2, Bcl-X).

Kornasio R, Riederer I, Butler-Browne G, Mouly V, Uni Z, Halevy O.
Beta-hydroxy-beta-methylbutyrate (HMB) stimulates myogenic cell proliferation,
differentiation and survival via the MAPK/ERK and PI3K/Akt pathways. Biochim
Biophys Acta. 2009 May;1793(5):755-63.