quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Gasto calórico e suas aplicações


Fui procurado há alguns meses por um revista especializada para escrever sobre atividades físicas e gasto calórico, assunto esse complexo que requerem alguns conhecimentos prévios. Nesse sentido vamos a contextualização  da origem do termo gasto calórico.  Como o próprio nome diz isso é uma mensuração da produção de calor do corpo humano (em kcal), ou seja, é uma técnica que avalia o dispêndio calórico do individuo (calorimetria), seja em situações de repouso ou em atividade física. No entanto, essa técnica é difícil de ser executada e dispendiosa, sendo então estabelecido métodos indiretos de se verificar e mensurar tais situações. Assim, é sabido que as reações que liberam energia, em forma de calor do corpo dependem da utilização de oxigênio, desta maneira verificar o consumo de oxigênio nos mais variados estados se relaciona de maneira indireta ao metabolismo energético.
Diante disso é notório que existem distinções químicas na composição dos chamados macronutrientes, ou seja, carboidratos, gorduras e proteínas e que estes necessitam de diferentes quantidades de oxigênio para haver a oxidação por completa deles,  e essa distinção é importante para gerar dióxido de carbono como produto final. Percebam que essa variação entre quantidade de oxigênio e produção de dióxido de carbono é o que se baseia a calorimetria indireta.
Nosso corpo funciona a base de reações químicas e essas reações são possíveis pela utilização de oxigênio. Essas reações geram calor, e apesar de muitas vezes despercebidas são de extrema importância quando falamos de gasto calórico. Seguindo essa premissa, o método mais indicado para aumento do gasto calórico total é aumentar o consumo de oxigênio, gerando assim um maior gasto calórico, e consequentemente gerando uma maior  oxidação dos macronutrientes.
Diante das informações anteriores os macronutrientes necessitam de diferentes quantidades de oxigênio para se oxidarem e assim gerarem calor, isso na literatura é chamado de termogênese de indução dietética. O processo de emagrecimento deve ser regido por um processo simples onde o consumo alimentar não deve ultrapassar o gasto energético. Sendo assim, para o processo de emagrecimento ser efetivo o individuo precisa consumir mais oxigênio, gastando mais energia e ingerindo uma quantidade menor de energia (nutrientes) isso é descrito na literatura como balanço calórico negativo, onde o inverso também é verdadeiro, ou seja, quando o consumo é maior que o gasto isso se reflete em ganho de peso.
Um importante fato é que estudos comprovam que o exercício exerce um efeito de elevar a termogênese de indução dietética, ou seja, a pratica de exercícios torna o metabolismo mais eficiente na utilização de energia, mais “gastão” digamos assim. De uma maneira simples, gastar mais calorias e consumir menos é o ponto chave para o emagrecimento.
Calcular o gasto calórico de um individuo é possível através de tabelas de dados, onde dessa maneira é possível aproximar esse valor do real, onde o real somente é feito de maneira indireta por analisadores de gases. Outro ponto importante é que existe uma relação linear entre frequência cardíaca e captação de oxigênio, ou seja, através da frequência cardíaca é possível estimar o gasto calórico do individuo. No entanto, essa relação é complexa e a única maneira de encontrar os valores reais é tendo uma orientação nutricional profissional associado a um programa de treinamento bem orientado.
As melhoras da pratica de atividade física regular são bem relatadas na função cardiovascular, ou seja, existe uma melhora na eficiência do músculo cardíaco, melhora na vascularização, pois o exercício aumenta um importante fator de crescimento vascular. Outro ponto importante é a capacidade da atividade física melhorar o controle pressórico de pacientes hipertensos. O metabolismo muscular melhora de uma maneira geral a maquinaria na metabolização dos mais diversos substratos, produzindo uma capacidade de economia nas reservas internas de carboidratos, melhorando a restauração da quebra de algumas proteínas durante a atividade.
Além desses fatores a atividade física melhora o controle glicêmico, sendo dessa maneira fundamental para pacientes com disfunção nesse fino controle, como diabéticos.

Referencias:
Mcardle, W.; Katch, F. I. ; Katch, V. L. Fundamentos de Fisiologia do Exercício. 7 ed. São Paulo: 2011.
Wolinsky, I.; Driskell, J. A. Sports Nutrition Enenergy, Metabolism and Exercise. CRC Press, 2008.