quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Faculdade Taboão da Serra – 29 de outubro de 2008

Vejam que coincidência, na última postagem escrevi sobre a suplementação de creatina, tema esse discutido na palestra realizada na semana de estudos da Faculdade do Taboão da Serra, lembrando que esse convite foi feito pelo nosso colega Prof. Mestre Luiz Carlos Carnevali Júnior.
Com relação à palestra, foi muito proveitosa, pois os alunos se mostram interessados, conseguimos assim discutir os vários assuntos abordados, onde tentei mostrar alguns estudos publicados recentemente, só lembrando que esse assunto é discutível e amplo, como abordei nas postagens anteriores, sendo que aqueles que tiverem curiosidade nesse assunto podem acessá-las.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Suplementação:aplicação prática

Temos uma literatura vasta com relação à suplementação de creatina, assunto esse conhecido de longa data pelo meu companheiro de estudos e amigo Lucas Guimarães. Desta maneira vou esmiuçar um trabalho bem interessante que foi publicado na Medicine & Science in Sports & Exercise, com suplementação de creatina e exercícios resistidos em homens idosos.
Encontramos trabalhos com a suplementação de creatina investigando o ganho de massa muscular, aumento da performance esportiva e até voltado para tratamentos de patologias associadas à falta desse composto. Existem alguns estudiosos que são contra utilização de suplementos, concordo que em algumas situações essa estratégia é desnecessária, mas vejo que em outras essa manobra é interessante quando encarada com inteligência e bem orientada.
Desta maneira esse trabalho investigou a suplementação de creatina com idosos de aproximadamente 60 anos, todos passaram por uma seleção rigorosa, excluindo indivíduos com patologias e após liberação médica, se utilizou um método de suplementação chamado duplo cego, ou seja, o grupo creatina 0,1 g/kg + proteína 0,3 g/kg, (CP), um somente creatina 0,1 g/kg (C) e um placebo, todos os grupos sofreram um controle rigoroso da ingestão calórica. Esses idosos realizaram os exercícios resistidos, após um breve aquecimento em bicicleta estacionaria, três vezes por semana, três séries de aproximadamente 10 repetições durante 10 semanas, com ajuste da carga de acordo com a boa execução durante as sessões, com um intervalo de 2 minutos entre as séries, sendo utilizados exercícios que envolveram os principais grupos musculares.
Verificaram indicadores de toxicidade do suplemento, indicadores de lesão muscular e de reabsorção óssea e de ganho de massa muscular.
Concluíram que a baixa suplementação de creatina e proteína, combinada com exercício resistido é capaz de maximizar os ganhos musculares, sem que essa estratégia surtisse algum efeito tóxico, diminuindo ainda a reabsorção óssea, prevenindo de alguma maneira o aparecimento de patologias associadas à degeneração óssea.
Bom, esse é o meu recado!Suplementação deve ser encarada com seriedade e inteligência. Se sua duvida é saber o que tomar e como tomar, estude ou procure profissionais especializados, que verificaram se tal substancia é eficaz para a via energética utilizada predominantemente na sua modalidade.

Candow D G, Little J P, Chilibeck P D, Abeysekara S, Zello G A, Kazachkov M,Cornish S M, Yu P H. Low-Dose Creatine Combined with Protein during Resistance Training in Older Men. Med Sci Sports Exerc. 2008 Aug 5

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Por que correr?


Há vários relatos na literatura dos efeitos positivos da prática regular de exercícios físicos, dentre esses a diminuição dos riscos cardiovasculares e a incidência de câncer. Desta maneira, surgem investigações com relação à quantidade e qualidade dessa intervenção na prevenção de patologias, descritas na literatura como diretrizes.
Nesse sentido, foi publicado um trabalho muito interessante na Medicine & Science in Sports & Exercise na edição de outubro, onde é discutida a relação da intensidade e volume de treinamento de corrida na prevenção de um mal que acomete homens de idade mais avançada, a hiperplasia prostática benigna (HPB).
A hiperplasia prostática benigna leva a uma micção desconfortável dos homens entre 35 e 55 anos, responsável por internações e atendimentos de emergência, culminando com um grande gasto dos órgãos públicos de saúde.
Desta maneira, esse trabalho utilizou homens com experiência na modalidade, ou seja, corrida. Estes responderam um questionário de exclusão pré-estabelecido, solicitando: histórico em corrida, histórico de peso, habito de fumo, risco cardíaco e câncer, hipertensão, colesterol e diabetes, para seleção dos indivíduos, avaliaram ainda o consumo de frutas, peixes e álcool.
Concluíram que o exercício físico regular diminuiu significativamente a incidência da HPB, demonstrando relação com a performance, visto que os atletas que mantinham um melhor desempenho no teste de 10 km, tiveram menor incidência que os atletas com performance menor.
Sendo assim, mais uma evidência do efeito profilático do exercício físico, realizado de forma sistemática, é demonstrado. Ressaltamos somente que essa prática deve ser orientada e individualizada, a fim de ter um controle dos treinos objetivando os fatores positivos e evitando os malefícios.
Ou seja, tente de alguma maneira sair dessa vida sedentária, busque alguma atividade a qual vai ter prazer, e invista um pouquinho a cada dia na sua poupança, que acredito ser a mais valiosa, a sua saúde.

Williams PT. Effects of running distance and performance on incident benign prostatic hyperplasia. Med Sci Sports Exerc. 2008 Oct;40(10):1733-9